Relato de parto da Marcela

Relato de parto da Marcela
Relato de parto da Marcela
Meu relato de parto…
Mesmo já tendo se passado um pouco mais de dois meses achei interessante tentar descrever um pouquinho da experiência vivida com o nascimento da Olívia. Como é bom recordar aquele dia…
Minha gestação foi maravilhosa. Momento de descoberta do meu corpo. Corpo perfeito, capaz de tantas transformações. A cada mês uma conexão mais profunda com aquele pequeno ser no meu ventre.
No dia 21 de dezembro completei 40 semanas e 3 dias. Nenhum sinal de trabalho de parto. Nada de contrações, nada de dores… cadê vocês? ? ? Nesse dia, pela manhã, fiz um descolamento de membrana (separação digital de membranas fetais do segmento inferior do útero) no consultório médico. Sai de lá tranquila e acreditando que o meu corpo daria algum sinal. À tarde descansei, assisti televisão, tomei chá… caminhei com meu esposo, fomos à missa e ao supermercado.
Ás 20h30min, após o jantar, saiu o tampão mucoso e em seguida, quando estava no banho, minha bolsa estourou. A princípio fiquei um pouco preocupada, pois o líquido amniótico estava um pouco amarelado, era mecônio, no entanto estava fluido. Liguei para Regina Zaponi, enfermeira obstetra, e ela logo se dirigiu até a minha casa.
As contrações ainda leves, mas rítmicas. Começou então, o tão esperado trabalho de parto. Os batimentos cardiofetais ótimos. Dr. Edson Luciano Rudey achou melhor irmos para o hospital para uma maior monitorização. Coloquei um vestido, pegamos as malas e fomos.
Demos entrada na maternidade às 23 horas. Parecia cena de filme: meu marido no guichê, eu com uma toalha encharcada enrolada na cintura conversando com uma garotinha de mais ou menos 6 anos que aguardava na recepção o nascimento do irmão e me perguntava se a minha filha ia nascer. Logo me encontrei com a minha querida doula Milena Brandão Seko. Fiz um cardiotoco e tudo estava certo. Olívia queria chegar a esse mundo!!!
Ao entrar no quarto fui direto para o chuveiro. Água quente nas costas, compressa morna em região de baixo ventre, massagem com óleo, gelo na boca pra aliviar a náusea, sentada na bola só conseguia me concentrar nas respirações, que eram profundas e revigorantes. No quarto…. meia luz, meu esposo ao meu lado, confiante de que tudo daria certo. A doula me oferecendo sua mão amiga e proferindo palavras que encheram minha alma de encorajamento.
A cada contração experimentava a partolândia, um mundo paralelo, cheio de ocitocina…. acho que deve se parecer com “estar em transe”… hahhaha. Apenas dois toques. O primeiro 3 cm de dilatação. O segundo, aproximadamente duas horas e meia depois, mostrava dilatação total, 10 cm. Uma vontade de fazer força… eram os chamados puxos.
Me lembro de algumas vezes repetir “eu não tenho medo”, reafirmando o meu desejo de parir naturalmente e romper com tudo aquilo que histórica ou culturalmente, ou sei lá o que, me faziam acreditar que eu não daria conta. Como uma oração dizia várias vezes “vem Olívia, vem Olívia”.
E ela veio, linda, as 3h31min da madrugada do dia 22 de dezembro. Ao fundo uma música instrumental, que não consigo me lembrar qual era, mas que acredito ter sido de boas vindas. Eu na banqueta, apoiada pelos braços amorosos do meu esposo, amparada por uma equipe competente, respeitosa e que compreendeu que o parto era meu, só meu.
Uma força tamanha e um grito libertador trouxeram minha filha, a peguei nos braços e agradeci a Deus por esse presente!!! Meu esposo cortou o cordão umbilical. Nossos olhos estavam cheios de luz. Ali nascia também um pai e uma mãe.
Logo ela foi colocada no meu peito… em contato pele a pele ela sugou, sugou forte. Sugou amor, alegria e colostro. E assim ela ficou, como um passarinho no ninho, ela e eu, inseparáveis.
Agradeço a Deus pelo seu cuidado nos detalhes. Ao meu esposo João Carlos Dias Furtado que sonhou comigo e juntos esperamos a vontade da Olívia em nos conhecer. À equipe: médico, enfermeira obstetra, doula e todos os profissionais da maternidade que souberam apreciar o nascimento com olhos de amor e respeito ao protagonismo da minha família.
Renasci Olívia. Minha vida, sem dúvida, tem outro sentido. Mais amor e puro amor a cada dia!!!
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